No dia 30 de Maio, deste ano, realizaram-se em Castelo Branco duas actividades cujo objectivo era dar a conhecer a história da comunidade judaica de Castelo Branco e da Beira Interior. A primeira actividade decorreu da parte da manhã e consistiu num passeio pela antiga judiaria da cidade, acompanhados pelo Arq. José Afonso, investigador com um elevado conhecimento da cultura judaica e nomeadamente das características da sua arquitectura. Na parte da tarde, no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, o investigador deu uma palestra com o título “Judeus, Cripto-Judeus e Cristão-Novos: a casa doméstica na Beira Interior quinhentista”.
Se o passeio pela judiaria permitiu muitos exemplos práticos das características da arquitectura judaica e a visualização de diversas marcas Mágico-Religiosas, a palestra permitiu consolidar os conhecimentos.
A mim “abriu-me os olhos” para uma simbologia que quase ignorava, isto é, passei a olhar para as pedras com outros olhos e assim comecei a descobrir diversas marcas em Caria.
Se o passeio pela judiaria permitiu muitos exemplos práticos das características da arquitectura judaica e a visualização de diversas marcas Mágico-Religiosas, a palestra permitiu consolidar os conhecimentos.
A mim “abriu-me os olhos” para uma simbologia que quase ignorava, isto é, passei a olhar para as pedras com outros olhos e assim comecei a descobrir diversas marcas em Caria.
Na verdade, passei diversas vezes por marcas sem as ver, é que em função da existência de maior ou menor luminosidade ou do ângulo com que os raios solares incidem, assim se consegue ou não ver estas marcas.
Os estudiosos destas marcas, que no fundo são gravações na pedra, situadas na sua maioria nas ombreiras das portas, dividem-nas em três grupos. Cruciformes, Mezuzot e Rasgos Longitudinais.
Por agora, irei apenas dar a conhecer um pouco as marcas Cruciformes, ou marcas em forma de cruz, pois são as que mais encontrei aqui pertinho do Passado de Pedra.
Segundo os investigadores desta área, as figuras em forma de cruz são muito anteriores a Jesus Cristo e logo a sua utilização representou mais do que um símbolo religioso e católico. A marcação da cruz teve também a função de protecção de pessoas e bens, uma defesa contra o mal sobrenatural, contra os demónios.
A cruz também terá sido utilizada para purificar um espaço considerado herético, como por exemplo uma casa que anteriormente tivesse sido utilizada por judeus, mas uma outra interpretação é a de os cristãos novos a utilizaram devido à necessidade de mostrar a adesão ao credo cristão.
Assim, estas marcas devem ser estudadas em contexto e recolhendo o máximo de informação, para que seja possível a confirmação da razão da sua presença. No entanto, os investigadores têm verificado que existem nas antigas judiarias medievais, uma grande concentração destas marcas em ombreiras, soleiras, lintéis de porta e fachadas de edifícios.
Num dos próximos posts continuaremos com este tema, que para mim é fascinante!!!
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