quinta-feira, 25 de abril de 2013

Orelhas de Haman

A comida tem uma importância fundamental em todas as festas e celebrações judaicas. Sendo que muito do que é colocado na mesa tem significado especial.
Uma destas celebrações é o Purim, festa celebrada anualmente no dia 14 do mês judaico de Adar. É considerado um dia de alegria, e embora inclua jejum e oração, segue-se depois um banquete e recitam-se cânticos. Neste dia, é frequente usarem-se máscaras e realizarem-se teatros satirizando pessoas e instituições.

Tradicionalmente, existe um doce típico da celebração do Purim, um biscoito de forma triangular, recheado de doce de frutas, de uvas, de sementes de papoila. Estes que hoje aqui apresentamos, com recheio de doce de frutas, foram confeccionados por membros da comunidade judaica de Belmonte e proprietários da loja Mazel Tov (Boa sorte), em Belmonte.

Na comunidade judaica de Belmonte são conhecidos por “Orelhas de Amán” (Oznei Haman), o cruel malfeitor da história do Purim.

Haman, segundo o antigo testamento, foi um malvado ministro da Pérsia, que tinha o plano de dizimar o povo Judeu, que vivia nessa região. Mas graças à Rainha Ester, uma jovem judia deportada, que casou com Assuero (também conhecido como Xerxes), o Rei da Pérsia, o plano de Haman fracassou e o povo judeu foi salvo de ser aniquilado.

A origem do nome vem do antigo costume de cortar a orelha de quem ia ser enforcado, e como esse foi o destino de Haman, apelidou-se o doce por esse nome.

São dadas várias explicações para o formato triangular do biscoito. Para alguns representa o chapéu de três pontas de Haman e para outros a força da rainha Ester e dos três fundadores do judaísmo: Abraão, Isaac e Jacob.

Durante a cerimónia do Purim é lido o Livro de Ester, que relata a história e sempre que é pronunciado o nome de Amán, fazem-se rodar as matracas, para que o som produzido, não permita que o seu nome seja ouvido, e para afastar o mal.